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"E a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal. E Abraão levantou-se aquela mesma manhã, de madrugada, e foi para aquele lugar onde estivera diante da face do Senhor; E olhou para Sodoma e para toda a terra da campina; e viu, que a fumaça da terra subia, como a de uma fornalha." Gênesis 19:26-28

 

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RXorn

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MensagemAssunto: Preludio   Preludio EmptyQui 06 Ago 2009, 7:58 pm

PRELUDIO OFICIAL (MAXIMO DE 20 LINHAS. CONTANDO PREFERENCIALMENTE PARTE HUMANA, SOBRE O ABRAÇO E PÓS MORTE)

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Preludio estendido (opcional e não muito desejável)

Cruel? Mais do que você imagina. (1ª parte)

Tudo bem, vamos falar de mim por um momento. Você deve estar cheio de dúvidas e eu prefiro ser direto quanto a isso. Eu nasci 1958. É eu sei que não aparento, mas você vai entender. Eu morri em 1985. Por favor, não! Eu não sou um fantasma, e não precisa me beliscar. Logo, fazem vinte e quatro anos que eu estou morto, eternizado com esse rosto de vinte e sete anos de idade. Mas não se iluda por ele, eu no mínimo tenho a maturidade mental e emocional de muito mais que meus cinqüenta e um anos de idade. Se eu vou te matar? Por Deus! Por que eu faria uma coisa assim?

Eu cresci em uma boa família, tive uma infância agradável ao lado de pais presentes e amorosos. O que não garantiu que eu me tornasse uma boa pessoa. Não! Eu não era tão ruim assim. Me lembro do nascimento de minha irmã quando eu tinha dez anos, e sei também que ela teve uma filha poucos anos antes da minha morte. Criança com a qual não tive muito contato, já lhe explico o porquê. Fui um jovem revoltoso, incompreendido e cheio de idéias fora do contexto social da época, o que me levou a marginalidade bem cedo. Mas sempre fui esperto demais e elaborei e sustentei uma vida dupla que meus pais levaram anos para desvendar. Ou seja, um filho prodigo e estudioso na maior parte do tempo e um bandidinho de baixa qualidade no tempo que me convinha. Era quase que um desafio as autoridades, de todos os tipos. Na escola, é a escola é realmente um lugar que marca nossas vidas e não conseguimos nos esquecer dela completamente mesmo depois de tantos anos. Eu era muito bom nela. Inteligente, bonito, emocionalmente equilibrado demais, se a psicologia fosse tão avançada naquela instituição provavelmente poderiam ter percebido que eu me encaixava em alguns perfis psicopatas. Você realmente não pega meu senso de humor, não é?

Além de meus pais e minha irmã eu nunca dei muita atenção ao resto dos parentes, meus avós estão mortos, o tempo é cruel, e os tios e primos já afastados o suficiente para sermos famílias bem diferentes. Sim, sim, tem um motivo de eu estar lhe falando sobre minha infância. Foi nesse período que eu vi o homem que me matou pela primeira vez, e o vi varias vezes. Nunca nos falamos, era como se ele me observasse da escuridão. Em casa, na escola, nas ruas. Lembro-me dele a certa distância em muitos momentos marcantes da vida, lá como se quisesse que eu visse-o. Quando eu matei o primeiro... sente-se! Eu ia dizer animal! Era um gato de rua, por favor! Ele sorriu pela primeira vez. Quando comentava levianamente sobre esse sujeito, minha mãe o chamava de “amigo imaginário” e eu acreditava. E sinceramente, eu não sei porque queria tanto vê-lo sorrir, durante a juventude meus atos eram marcados por esse ideal, quando comecei a analisar o comportamento alheio, quando invadia casas para roubar bugigangas, quando mentia magnificamente bem para meus pais e professores, quando me esgueirava na noite sem nunca ser visto. Eram coisas que o faziam sorrir.

Sim, sim, você é bem inteligente! Eles estava realmente me preparando para algo. Me induzindo. Meus estudos me levaram bem até o fim do ensino médio, e pude cursar a faculdade imediatamente. Isso não era comum na época, haviam poucas faculdades e elas não eram superlotadas. Os professores ainda eram mestres! Eu cursei engenharia eletrônica. Algo moderno, sim, se a computação fosse como hoje eu teria feito um curso dentro dela. Por que desse curso? Eu não seria um bandidinho qualquer para sempre, certo. Eram regras que eu estipulei, sobre o olhar do meu amigo imaginário. Se por ventura eu fosse pego, eu teria um diploma para me garantir alguns luxos, e essa era uma das regras principais, ter uma vida que não levantasse suspeitas e garantisse disfarces aceitáveis para as pessoas que por ventura desconfiassem de mim.

Você é quase impertinente, sabia? Existem sim motivos para lhe dizer tudo isso! Sempre existem motivos para tudo o que eu digo! Você é um texugo e eu sou uma raposa, deveria ouvir-me mais e questionar menos. Como dizia, vivi com minha família em São Paulo, mas aproveitei a oportunidade para me mudar para o Rio de Janeiro a fim de estudar, eu não estava nem um pouco interessado na política e seus conflitos da época já estavam quase tudo bem parecido com o que temos agora. A sim, detalhe quase irrelevante, eu precisava manter meu corpo em forma, para minha atividades adicionais, e portanto nadava bastante. Nos clubes ou no mar. Corria pela área praticamente todos os dias e tinha uma vida adulta, o Rio de Janeiro já era excelente nisso, bem movimentada. Fiz amigos por lá, colegas de faculdade, de trabalho, de farra. Gente que me ensinava coisas da vida, e eram cobaias para eu aprender cada vez mais sobre o comportamento humano, ler as pessoas, manipulá-las. Esse é o grande truque. O grande crime. Não era como eu poderia enganar as máquinas, isso era uma ciência exata, era como enganar as pessoas.

Se eu era amável ou arrogante como sou agora? Eu era falso. Muito, muito falso. As pessoas simplesmente gostam de ouvir mentiras, sobre como elas são, sobre o que elas serão. Eu só as dizia e pronto, todos me amavam de certa forma. O rapaz brilhante e educado que as senhoras queriam como genro. Para fechar perfeitamente meu disfarce eu noivei um jovem da universidade, uma futura historiadora. Completamente fora de suspeitas, bonita, e apaixonada. Cegamente apaixonada. Podia sustentar meu apartamento e minha vida com o que ganhava ainda na faculdade, outros tempos, outros tempos. E ainda tinha minha renda extra, que se tornava mais volumosa e sofisticada conforme o crime se modernizava, eu estava um passo a frente dos computadores, e enquanto os ajudava se proteger durante o dia, eu os roubava durante a noite. Roubos pequenos, com freqüência moderada. Seguro e prazeroso. Meus amigos mais próximos foram meus comparsas de crime, mas nem vale a pena lembrar deles, estão velhos demais ou mortos. Até a formatura, seis meses antes da data marcada de meu casamento tudo o que importava era ganhar o sorriso da sombra, estar fisicamente apto para o crime. Psicologicamente treinado para lidar com as pessoas e mentalmente afiado para driblar quaisquer desafios. Para que? Para desafiar o mundo! E vencer.

Imagina quantas pessoas sentiram minha falta quando eu simplesmente não estava mais lá para receber uma aliança?
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