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"E a mulher de Ló olhou para trás e ficou convertida numa estátua de sal. E Abraão levantou-se aquela mesma manhã, de madrugada, e foi para aquele lugar onde estivera diante da face do Senhor; E olhou para Sodoma e para toda a terra da campina; e viu, que a fumaça da terra subia, como a de uma fornalha." Gênesis 19:26-28

 

 Conto - VII

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MensagemAssunto: Conto - VII   Conto - VII EmptySáb 27 Mar 2010, 11:40 pm

“Um odor forte e pungente invadiu o nariz de Gabriel. Apesar dele não respirar, o ar ainda invade suas narinas naturalmente. Durante semanas ele vem buscando pistas sobre aqueles que são conhecidos apenas como ‘VII‘. A onda de horror que eles espalharam na cidade é imensa. Mais de três anciões destruídos pela fúria incontida e sangüinária dessa seita. A única coisa encontrada foram algarismos romanos pintados nas paredes dos refúgios, vezes com sangue, vezes arranhados em lugares impossíveis, noutras marcados a ferro no corpo de suas vítimas.


Érico ligou essa noite, dizendo que havia encontrado informações valiosas dos homens do ‘Russo‘, o Dragão que caminha nas ‘Terras Ermas‘, o território perdido da cidade. O tom nervoso na voz de Érico revelava mais do que suas palavras. Algo estava errado e foi essa a sensação que acompanhou Gabriel enquanto ele entrava em seu caixão, no porão do lugar que chamava de lar. Um pouco antiquado, como Érico costumava dizer, mas o que Gabriel podia fazer? Ele era um amante dos clássicos e, em sua mente, ecoava uma lembrança dos seus dias de sol. ‘Os clássicos nunca morrem’, como seu velho pai dizia. ‘Realmente’, pensava Gabriel ‘eles nunca morrem’.


O cheiro se tornou mais forte. Mesmo a letargia que dominava seu corpo inerte, não foi suficiente para impedir que Gabriel abrisse a porta do caixão para verificar de onde vinha esse cheiro. O horror foi tamanho que até mesmo o monstro interior de Gabriel não pôde se controlar diante da cena tenebrosa que estava em seu porão.


Érico estava lá. Empalado com a mesma técnica usada antigamente pelos reis da Transilvânia e da Turquia contra seus inimigos. Ele queimava numa pequena fogueira dentro do espaço limitado do porão, a poucos metros do caixão de Gabriel. Os olhos derretendo, a roupa grudando nos músculos queimados, as presas para fora em sinal de terror.


Gabriel rolou para fora do seu local de descanso, desabando no chão e se arrastando até a parede mais próxima. Exibiu instintivamente seu aspecto sobrenatural e se encolheu como uma presa acuada num canto escuro do porão. Uma criança assustada. Nada além disso. Em algum ponto da sua alma, dominada pela besta, ele questionava:

— Como? Como? Quem? No meu refúgio? Como? Quem?


Numa fração de segundo antes de se entregar completamente ao abraço da fera que de debatia no seu interior, ele percebeu um capricho alheio no seu refúgio: sobre a tampa de seu caixão estavam arranhados os mesmos algarismos romanos. ‘VII‘.


O som da porta do porão batendo foi a última coisa que ele escutou, antes de o silêncio recair sobre ele, abaixo da cidade que chamava de lar…”
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